UnB – Universidade de Brasília
Curso de Especialização em Gestão Escolar
Disciplina Módulo: Oficinas Tecnológicas
Professor: Pedro Ferreira de Andrade
Aluno: Elmo Nonato da Silva
Esboço da Proposta de Integração das TIC à Gestão Escolar
Brasília, julho de 2013.
INTRODUÇÃO:
Na
perspectiva de uma educação de qualidade, a inserção das TIC na gestão escolar
torna-se imprescindível porque estamos num mundo permeado de recursos
tecnológicos, vivemos na era digital. Sendo assim, a realidade mudou, e os conhecimentos sobre
ela precisam ser redimensionados e ampliados; a ação, reflexão e transformação
rumo à comunicação e informação democrática na educação e na gestão escolar
precisam romper a tradição da alienação midiática.
Nesse
sentido, informatizar o espaço escolar permite novas oportunidades de
aprendizagens e de relacionamentos profissionais, abrindo espaços para repensar
o próprio processo de ensino e de aprendizagem. Quando os entes governamentais
dotam as instituições educativas de tecnologias de informação e comunicação e
de recursos pedagógicos, começa uma transformação do modelo de escola visto até
então.
JUSTIFICATIVA:
A
elaboração de um Projeto Político-Pedagógico que oferece a inclusão digital da
comunidade escolar corresponde às expectativas do mundo atual, visto que a ciência, a tecnologia e educação
tornaram-se elementos fundamentais nos processos de desenvolvimento
socioeconômico da chamada sociedade do conhecimento, que busca por cidadãos
competentes, críticos e autônomos. As TIC representam uma possibilidade de
inovação da gestão educacional porque promove novas metodologias no processo de
ensino e aprendizagem, melhora os meios de comunicação da comunidade escolar,
identificando problemas e compartilhando soluções.
E, “permitem
estabelecer novas relações com o saber que ultrapassam os limites dos materiais
instrucionais tradicionais e rompem com os muros da escola, articulando-os com
outros espaços produtores do conhecimento, o que poderá resultar em mudanças
substanciais em seu interior. Criam-se possibilidades de redimensionar o espaço
escolar, tornando-o aberto e flexível, propiciando a gestão participativa, o
ensino e a aprendizagem em um processo colaborativo, no qual professores
e alunos trocam informações e experiências entre eles e entre as outras pessoas
que atuam no interior da escola, bem como com outros agentes externos.”
(ALMEIDA, 2005, p.1 e 2).
OBJETIVOS:
·
Facilitar
a organização e administração da escola, utilizando as tecnologias
disponíveis;
·
Integrar os membros da comunidade escolar por
meio das Tecnologias de Informação e Comunicação, abrindo novas metodologias no
processo de ensino e aprendizagem;
·
Melhorar o processo comunicativo da escola
com a criação de um Blog;
·
Propiciar formação dos profissionais da escola e da comunidade;
·
Repensar as formas de avaliação educacional
em vários níveis, adicionando as TIC como mais uma alternativa;
·
Usar e valorizar o patrimônio da escola na
perspectiva de uma gestão de qualidade.
PROPOSIÇÕES (pontos mencionados):
Uma
gestão escolar que redimensiona a cultura da instituição educacional, ampliando
os vínculos com a sociedade por meio das TIC, mostra-se coerente com os
paradigmas do mundo contemporâneo. Mundo
da alta velocidade das informações e da diversificação das comunicações. “Para que isso ocorra, o diretor, os coordenadores e
orientadores, os professores e os alunos devem viver um processo de mudança,
sendo atores desse próprio processo” (NOVAIS, 2004, p.6).
Numa
concepção de educação integral do ser humano por inteiro, lidar com as novas
tecnologias e linguagens representa o desafio da inclusão digital. “O uso de um
ambiente virtual para suporte às atividades da formação privilegiando a
interação, a reflexão e a produção conjunta de conhecimentos, constitui um
elemento catalisador para a integração entre pessoas, projetos, espaços e tecnologias
disponíveis na escola na realização do trabalho coletivo” (ALMEIDA, 2005, p.5).
A
gestão escolar deve aliar as TIC em todas áreas da instituição educacional:
financeira, administrativa e pedagógica, por meio do compartilhamento de ideias
e da cooperação de todos, aperfeiçoando os processos comunicativos e agilizando
as tomadas de decisão. Pois, “a superação da
dicotomia entre o pedagógico e o técnico-administrativo, instalada na cultura
escolar, encontra eco em concepções educacionais que enfatizam o trabalho em
equipe, a gestão de lideranças e a concepção e o desenvolvimento do projeto
político-pedagógico da escola, tendo em vista a escola como organização viva
que aprende empregando todos os recursos disponíveis, entre os quais as TIC.”
(ALMEIDA, 2002, p. 4)
Na escola, a vida deve se transformar pela aprendizagem. A oferta de ambientes virtuais de
aprendizagem em consonância com o
presencial possibilita uma ampliação dos recursos e métodos usados pela cultura
escolar, uma vez que oportuniza novas
construções dos conhecimentos, ao mesmo tempo em que favorece a disseminação de
informações mais atualizadas, abrindo para o grupo o acesso ao conhecimento que
era privilégio de poucos.
A
escola tem o papel de viabilizar o acesso às inovações tecnológicas,
apropriando-se das tecnologias livres e
da conectividade disponível, bem como promovendo o intercâmbio cultural dos estudantes. Utilizando os
laboratórios de informática para realizar o treinamento dos alunos e
professores, tendo cursos de formação básica em noções de sistema operacional,
editores de texto, planilhas eletrônicas e editores de apresentação, bem como
de acesso à internet.
A
partir do domínio das TIC pelos profissionais e comunidade escolar, a criação de um Blog para
melhorar o processo comunicativo é fundamental, uma vez que a interatividade e
a participação ficam mais fáceis. “A Internet é um espaço virtual de
comunicação e de divulgação. Hoje é necessário que cada escola mostre sua cara
para a sociedade, que diga o que está fazendo, os projetos que desenvolve, a
filosofia pedagógica que segue, as atribuições e responsabilidades de cada um
dentro da escola. É a divulgação para a sociedade toda. É uma informação
aberta, com possibilidade de acesso para todos em torno de informações gerais.”
(Moran, 2003, p.4). Multiplicam-se os ambientes e processos de aprendizagem
formais e informais nas mídias, portanto é o momento de inseri-los na escola,
espaço de protagonismo da revolução social pela educação.
A
utilização dos laboratórios de informática e das tecnologias disponíveis na
instituição educacional configura uma valorização do patrimônio em função do
desenvolvimento do ensino e da aprendizagem. “Tecnologias são os meios, os
apoios, as ferramentas que utilizamos para que os alunos aprendam. A forma como
os organizamos em grupos, em salas, em outros espaços isso também é tecnologia.”
(Moran, 2003, p.2).
Portanto,“a implementação de um sistema de organização
e disseminação de informações na escola torna-se bem mais fácil quando a
cooperação já faz parte da cultura escolar.” (VIEIRA, 2004, p. 6). É preciso
seduzir a comunidade escolar para aprender e utilizar as TIC em seu cotidiano, “há necessidade de envolvimento da comunidade em projetos de
caráter mais amplo, desenvolvidos em torno de objetivos comuns” (NOVAIS, 2004,
p.7), mostrando os benefícios e vantagens que a
tecnologia proporciona nas relações humanas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Ao ampliar a visão das ações desenvolvidas em
todas as áreas da escola, o gestor pode exercer seu papel de líder, refletindo
com o grupo as inovações a fazer, bem como disseminar suas experiências para
outras escolas. Pois, ao disseminar as informações que possui sobre sua escola
numa rede colaborativa, está sujeito a identificar soluções semelhantes ou alternativas para
reestruturação do contexto em que atua.
Assim,
cabe ao gestor criar, junto com a comunidade escolar, projetos que ressaltem as
contribuições dos computadores no crescimento dos conhecimentos de cada pessoa,
inserindo-o no Projeto Político-Pedagógico. Porque melhora a cultura da instituição, sendo os
computadores um importante recurso para aproximar as relações por meio das TIC,
que “representam uma efetiva oportunidade tanto para
refletir a respeito da gestão e da estrutura escolar, quanto para desencadear
mudanças consequentes na instituição, avançando na direção dos objetivos”
(NOVAIS, 2004, p.7).
A escola deve pensar e analisar sua
realidade para adaptar seu projeto de uso pedagógico de tecnologia, procurando
parcerias que levem à autonomia dos seus membros na medida em que propicia a
participação, a integração e a socialização dos conhecimentos, bem como permita
a interlocução, o diálogo entre todos os setores da sociedade na busca de
consensos e sínteses, facilitando as decisões coletivas.”Cada
vez é mais importante que a escola se integre na comunidade local, que crie
laços com pessoas e grupos significativos, que traga os pais para o colégio,
que abra seus espaços para atividades de lazer e culturais, principalmente nos
fins de semana e nas férias. E a página na Internet pode ser um espaço
privilegiado de informação e de comunicação. Não basta só informar quais
atividades existem, mas criar caminhos de comunicação, principalmente através
de e-mail, listas de discussão, fóruns e chats.” (MORAN, 2003, p.4)
BIBLIOGRAFIA:
ALMEIDA,
Maria Elizabeth Bianconcini de. Gestão
de tecnologias na escola. Série
“Tecnologia e Educação: Novos tempos, outros rumos” – Programa Salto
para o Futuro, setembro, 2002.
ALMEIDA,
Maria Elizabeth Bianconcini de. Tecnologias
na escola: a perspectiva dos gestores sujeitos de uma formação. Pontifícia Universidade Católica de
São Paulo. São Paulo, 2005.
NOVAIS,
Vera Lúcia de. As TIC chegam à escola.
Como entrar pela porta da frente? PUC-SP, 2004.
VIEIRA, Alexandre Thomaz. Funções e papéis da tecnologia na gestão
escolar. São Paulo, PUC – SP, 2004.
MORAN, José Manuel. “Gestão inovadora da escola com
tecnologias”. In: VIEIRA, Alexandre (org.). Gestão educacional e tecnologia.
São Paulo, Avercamp, 2003.
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